sexta-feira, julho 02, 2010

ILUMINAÇÃO DE ESTÚDIO

LUZ
 Basicamente o fotógrafo trabalha com dois tipos de luz: luz natural (luz do sol) e luz artificial.

Luz Natural
Há variações na luz solar no decorrer do dia que podem alterar o assunto a ser fotografado, quer seja no contraste, (a linha de passagem entre luz e sombra é brusca bem nítida) como na cor. Uma dessas variações é relacionada á intensidade da luz, ou seja, se o sol não estiver coberto por nuvens, a luz terá característica “dura”. Mas se forem em um dia encoberto terá uma característica “difusa”, ou seja, as sombras não são pronunciadas.
No decorrer do dia existem variações na cor de um determinado assunto a ser fotografado. Um assunto fotografado ao meio dia terá uma pequena alteração na cor para o azul, ao nascer e por do sol a tendência da cor será para o amarelo e vermelho.

Luz natural e fotografia de moda
A posição do sol também altera as formas e texturas dos objetos.
Por exemplo, se um fotógrafo estiver fazendo fotos de moda com uma modelo com sol à pino e uma luz dura, vai causar sombras intensas e indesejáveis embaixo dos olhos, queixo e pescoço. Em situações como esta, deverá usar rebatedores brancos ou um flash para suavizar as sombras. A maioria dos fotógrafos de moda prefere fotografar no período da manhã (até 10 horas) ou à tarde após as 14 horas. Também existe a possibilidade de um sol encoberto por nuvens brancas que fornece uma luz difusa com sombras suaves, outra alternativa é posicionar a modelo em uma área sombreada.
Foto realizada ao meio dia com rebatedor do lado direito da modelo
PRÁTICA DE ILUMINAÇÃO
Vimos que a luz do sol pode propiciar dois tipos de iluminação: a luz “dura” com o céu aberto e a luz difusa ou suave com o céu encoberto por nuvens.
No estúdio podemos criar as mesmas condições usando de certos recursos:
- Luz dura:
Produz sombra dura com forte contraste.
- Luz difusa:
Produz sombras suaves, tem menos contrastes. Consegue-se este tipo de iluminação com hazy light onde a luz passa por tecidos brancos dando essa difusão da luz. Existe também um tipo de sombrinha chamada difusora que fornece esse tipo de iluminação. A luz difusa é a mais usada na fotografia publicitária.

Direção da Luz
- Luz lateral:
Ressalta o volume e a profundidade dos objetos e destaca a textura. Da um bom impacto visual no objeto fotografado mas, com as áreas de sombras que podem ocultar certos detalhes

Luz Artificial
Qualquer luz que não seja do sol: luz incandescente, luz de flash, etc.

Iluminação de estúdio
A vantagem em se fotografar no estúdio é ter um controle sobre o tipo de luz usado, o seu direcionamento e qualidade da luz.
No estúdio existem dois tipos de iluminação:
- luz continua (luz Fresnel)
- luz flash

Luz Fresnel
É um tipo de luz, normalmente incandescente, usado em iluminação de teatro, cinema e tv. Sua característica principal e concentrar o foco de luz através da lente fresnel e não há perda de luz pelos cantos, ou seja, há um controle maior de sua incidência sobre o assunto fotografado quer seja pelo tamanho do facho como pelo uso dos acessórios (barndoors, difusores, etc).

Luz Flash
É um tipo de luz semelhante á luz do dia e o que o caracteriza é o “relâmpago” que permite “congelar” certos objetos em movimento. É uma luz chamada “fria” e ideal para fotografar alimentos.
Existem dois sistemas no mercado: com gerador e compactos.
O sistema com gerador é um aparelho de grande potência que permite a ligação de várias unidades (tochas) no mesmo gerador. Os controles de seleção de potência de luz e testes são efetuados diretamente no gerador, existindo apenas um cabo de ligação até a tocha.
Os flashes de estúdio compacto contem no seu próprio corpo a fonte geradora individual. Esse tipo de sistema permite-nos trabalhar com tochas relativamente pequenas com de grande potencia e disparar varias unidades ao mesmo tempo através de foto células.
Podemos encontrar flashes compactos de 200, 400 e 800 watts, sendo peças leves e fáceis de manipular, com uma série de acessórios que os tornam altamente versáteis, possuem também uma luz chamada “modeladora” que permite se ter uma idéia de como ficará a iluminação.

OBS: Em um estúdio profissional quando o fotógrafo se refere ao flash ele pode chamá-lo de “tocha”, “cabeça”, “ponto de luz” ou “fonte de luz”. Todas as expressões se referem à mesma coisa: o flash.

Acessórios para o flash
- Sombrinhas:
Refletoras: Refletem a luz, com superfície metalizada (dourada e prateada).
Difusoras: transmitem uma luz difusa que caracteriza a iluminação suave (soft).
- Refletores:
Permitem controlar o campo de abrangência da luz do flash. Existem vários tipos com diâmetros diferentes.
- Haze light:
O haze Light é uma caixa difusora de luz feita em um tecido leve e preto nas laterais com tecidos difusores em seu interior o que promove uma luz suave e difusa.
Esse tipo de acessório serve para fotografar qualquer assunto principalmente objetos com superfície brilhante ou espelhada.
haze light
- Snoot:
Muito usado para a chamada “luz de cabelo” quando é posicionado por cima e atrás da pessoa fotografada.
É um tipo de refletor com um diâmetro reduzido, colocado na frente do flash, da um foco de luz duro e concentrado.
- Rebatedores:
Existem no mercado vários tipos de rebatedores portáteis com superfícies prateadas, douradas e brancas para fotografar qualquer assunto de tamanho pequeno, mas o rebatedor pode ser qualquer dispositivo ou material de superfície branca que reflita a luz: de uma pequena placa de isopor ou cartolina até um painel de madeira gigante, pintado de branco.

Flashmeter
As câmeras fotográficas dispõem de um dispositivo interno chamado fotômetro que serve para medir a luz contínua (luz do sol, incandescente). Os fotógrafos profissionais usam o fotômetro manual, com maior precisão, permitindo medir a luz em vários pontos do assunto fotografado.
Esse mesmo aparelho que mede a luz contínua mede também, através do flashmeter, a luz (relâmpago) do flash e fornece o diafragma correto a ser usado.
É importante colocar no fotômetro/flashmeter o valor ISO tanto para as câmeras analógicas (com filme) quanto para as digitais.
Foto acima foi feita com uma única fonte de luz lateral e rasante e um rebatedor branco do lado esquerdo, valorizando muito a textura.
- Luz frontal: Reproduz a maior quantidade de detalhes só que anula a textura e achata o volume da foto.
- Luz de cima:
Ilumina a parte superior dos objetos e suaviza as sombras projetadas de outras fontes de luz.
- Contra luz:
É a luz que vem por trás do assunto. Destaca o assunto em relação ao fundo e sua intensidade é sempre maior em relação às outras luzes.

Na fotografia publicitária pode-se usar uma única fonte de luz com uma direção determinada ou fazer uso de várias fontes com diversas direções em uma única foto.

Iluminação básica de estúdio
Em qualquer situação a ser fotografada usa-se varias luzes para iluminar um objeto adequadamente. Há algumas regras e seqüência para o posicionamento das luzes. Existe um tipo de arranjo das fontes de luzes chamado de iluminação básica que permite fotografar qualquer tipo de produto ou pessoa com um bom resultado. Ela consiste no posicionamento de três fontes de luzes:

- Luz principal:
É a fonte de luz mais forte que irá determinar a qualidade da fotografia. O posicionamento, altura e direção da luz serão definidos pelo tipo de objeto fotografado. A luz principal é a luz que estará mais próxima do assunto.
- Luz de enchimento:
É a segunda luz a ser posicionada: ela deve ter a metade da potência da luz principal e vai suavizar e fornecer detalhes nas sombras.
Ela nunca pode estar tão próxima ou mais forte do que a luz principal para evitar sombras duplas.
- Contra luz: É posicionada por trás do objeto, destacando o primeiro plano em relação ao fundo, ou direcionada ao fundo. Dentre as três luzes é a que tem intensidade maior.
Produto fotografado usando iluminação básica: três fontes de luz

Iluminação still
A iluminação para fotografia still ou de produto também pode servir para qualquer outro tipo de assunto inclusive moda.
Ao receber um lay out ou briefing para uma determinada foto, analisa-se o assunto que vai ser fotografado e planejar iluminação adequada.
Quantas fontes de luz são necessárias? Qual será a direção, altura e distância das fontes de luz? Luz dura ou suave?
O primeiro passo é verificar qual o tipo de superfície do produto e os itens que fazem parte da produção. Basicamente encontramos três tipos de superfícies nos objetos ou produtos que irão determinar o tipo de iluminação da foto:  

1 – Objetos opacos ou com textura:
A maioria dos produtos está dentro desta característica e há mais liberdade para o posicionamento das luzes. A iluminação básica de estúdio mencionada anteriormente é ideal para esse tipo de objetos.

2 - Objetos translúcidos:
Objetos translúcidos como vidros e cristais devem ser iluminados por trás, na contra luz. Não é muito recomendado usar uma luz direta, mas uma luz rebatida e difusa. Um recurso que da um bom resultado é usar um fundo de acrílico branco com luz por trás.
A iluminação frontal e dura pode ocasionar reflexos indesejáveis.

Produto translúcido fotografado com contra luz (luz principal) e uma luz na frente do produto para iluminar o rótulo.

3 – Objetos polidos:
Fotografar objetos brilhantes, que possuem uma superfície reluzente de metal é como fotografar um espelho. Há objetos que refletem 360º do que está ao redor, incluindo o fotógrafo.
O fotógrafo tem que fazer uso de rebatedores ou usar uma tenda com material translúcido (papel vegetal, acrílico) e posicionar a iluminação do lado de fora desta tenda, assim consegue-se uma luz difusa.

O segredo de uma boa iluminação é saber posicionar as luzes na altura e direção correta e, principalmente, manter a distância e potências variáveis em relação ao produto para que cada uma delas não tire o efeito da outra, mas complemente a iluminação como um todo.
É imprescindível o uso do fotômetro para medir a luz e saber qual a intensidade de cada uma e ir aproximando ou recuando as luzes até que haja um equilíbrio entre elas. Lembrando que a luz principal estará mais próxima do produto e as luzes de enchimento, assim como outras luzes que forem usadas, estarão mais distantes em relação à luz principal e com menos intensidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia , Oswaldo, muito ultil sua postagem sobre iluminação em studio still, trabalho com fotos de produtos de consumo e tenho dificuldade em acertar o tipo de iluminação a ser ultilizada , pois tenho muito problema com fundo das imagens elas ficam com o fundo acizentado , e não consigo mudar isso , trabalho com um studio still, com 4 focos de iluminação , e uma camera canon G12 , ultilizo sempre o modo automatico , irei fazer alguns testes com seus exemplos para ver se melhora as imagens , voçê poderia me dar mais algumas dicas sobre o assunto , tipo de iluminação e coisa e tal , desde ja agradeço , sua postagen , meu email é aldo.magalhaes@mindshopper.com.br