quarta-feira, dezembro 22, 2010

Fotojornalismo: O ato fotográfico

Como segurar a camera:

Para muitos, pode ser uma recomendação óbvia mas, vale lembrar que é muito importante saber segurar a câmera bem firme quando estiver fotografando para evitar fotos tremidas ou borradas. Isso é muito comum especialmente quando se fotografa em situações de pouca luminosidade quando o obturador ou o tempo de exposição é muito longo. Fotos tremidas também podem ocorrer quando se “estica” a zoom para teleobjetiva.
Devemos começar por separar ligeiramente as pernas, e para garantir a segurança da câmera, dar uma volta com a correia da câmera (caso haja) em volta do braço. Em seguida, segurar a câmera com as duas mãos, a direita deve segurar a parte direita da máquina, o dedo indicador deve estar posicionado sobre o disparador, o polegar deve agarrar a parte de trás da máquina e os restantes três dedos devem envolver a zona frontal da mesma. A mão esquerda deve suportar o peso da máquina, ou seja, apoiar a câmara por baixo e controlar as regulagens da objetiva.
Encoste os braços e cotovelos dobrados junto do seu corpo, prenda a respiração e aperte o disparador suavemente para minimizar a vibração.


Para poder utilizar velocidades muito baixas de obturador (tempos longos) e evitar oscilações da câmera, o fotógrafo deverá usar um apoio firme para a mesma. Em situações como esta, terá de usar um tripé, caso não tenha um à mão é necessário encontrar um local firme para apoiar a câmera (mesa, muro, etc.).
Se a câmera for amadora e dispõe (ou não) de um visor muito pequeno e você tiver que usar o visor em LCD, segure a câmera bem firme com as duas mãos, mantendo os cotovelos apoiados sobre o corpo. Desta forma, evita-se que as fotos saiam tremidas em condições de pouca luz ou quando se usa a teleobjetiva.

Ângulo de tomada:
A câmara pode ser situada tanto na mesma altura do sujeito, como também abaixo ou acima dele. Ao fotografarmos com a máquina de "cima para baixo” (mergulho), ou de "baixo para cima" (contra-mergulho) temos que nos preocupar com a impressão subjetiva causada por esta visão.

Ângulo normal (altura do fotógrafo) - Foto Thomas Hoepker - 11 de setembro - NY


Ângulo inferior - Foto: Bazuki Muhammad - Arábia Saudita, 2002 – Peregrinação Islâmica a Meca: 
O fotógrafo fez esta imagem com objetiva grande angular,  o que acentuou a perspectiva.

A câmera na posição de cima para baixo tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador, desvalorizando o motivo fotografado, e pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do sujeito; enquanto que de baixo para cima pode ressaltar sua grandeza, sua força, seu domínio. Evidentemente estas colocações vão depender do contexto em que forem usadas.

Ângulo Superior - Foto: Arko Datta - India - Prêmio WorldPress - 2005 


Quando o assunto é interessante e pode dar uma boa foto, tirar várias fotos com ângulos de tomada diferentes.

Enquadramento:
É o espaço que a imagem ocupa no visor da câmera. A regra é manter objetos que acrescentem a imagem e remover, através do corte no visor, qualquer coisa que distraia a atenção do centro de interesse. Esse procedimento é feito movendo-se a câmera de um lado para o outro; usando os recursos da objetiva zoom; aproximando-se ou recuando do assunto. Lembrando as palavras do grande fotógrafo Robert Capa que disse: “Se suas fotografias não são boas o suficiente, você não se aproximou o suficiente”.
Quando o enquadramento for de pessoas ou animais, evite o “corte” nas juntas (tornozelo, joelho e cotovelos). Se o corte for nas juntas, da a impressão de que o assunto perdeu partes do corpo.
Existem dois tipos de enquadramentos:
- horizontal: o mais usado pela amplitude que da ao assunto fotografado.
- vertical: ideal para assuntos altos (edifícios, árvores, etc.), e retrato de uma única pessoa.

Foto: Eric Gaillard - frança – 2009: Enquadramento horizontal


Jed Jacobson - usa – 2009: Enquadramento vertical

Aproxime-se do assunto:
No enquadramento evite espaços inúteis na fotografia aproximando-se do assunto. Caminhe em direção do mesmo ou use o recurso da objetiva zoom. Seu objetivo é preencher a área de imagem com o assunto que você está fotografando.
Existe a possibilidade de se efetuar um reenquadramento no Photoshop, depois da imagem pronta, eliminando espaços inúteis, mas, dependendo do tamanho do corte, a fotografia pode perder qualidade.

Procure por detalhes:
O fotógrafo amador tem por hábito fotografar um determinado objeto por inteiro, mas, em algumas situações, o impacto visual pode estar no detalhe.


Foto: Patrick Farrel - Terremoto no Haiti - 2010: A força visual no detalhe

Posicionando a linha do horizonte:
A linha do horizonte que fica bem evidente em paisagens com ângulos abertos como na praia ou campo, nunca deve ser fotografada posicionando-a no meio do enquadramento, o que faz a foto parecer monótona, inexpressiva e transmitindo a idéia que a mesma está dividida ao meio.


Foto inexpressiva, sem um centro de interesse e com
 a linha do horizonte dividindo-a ao meio

Em fotografia de paisagens deve-se observar o que é interessante enfatizar, o céu ou o chão, qualquer que seja, deverá ocupar 2/3 de área da foto.
Por exemplo, se em uma praia tivessem belos reflexos na água, claro que a área do chão tomaria 2/3 da foto, colocando a linha do horizonte no terço superior da foto.
O fotógrafo necessita de vigiar bem a linha do horizonte quando estiver fazendo o enquadramento da foto, especialmente em locais abertos, como foto em uma praia, é que, não raras vezes uma brilhante composição fica arruinada devido à inclinação do horizonte, a menos que se queira exprimir algo insólito. Nessa situação, manter a câmera firme e alinhada.


Ênfase no céu, ocupando 2/3 da foto: Linha do horizonte posicionada corretamente

O centro de interesse:
Muitas vezes uma imagem perde em intensidade não porque lhe faltam elementos, mas sim porque há elementos sobrando. O fotógrafo deve, deste modo, privilegiar sempre uma zona da imagem que funcione claramente como foco de atenção, e que deve ser, obviamente, o motivo principal, é o que chamamos de centro de interesse da fotografia.
Uma fotografia sem um centro dominante de interesse ou com mais do que um, se torna confusa para quem vai observá-la e, se pergunta sobre qual assunto ela se trata. Quando a foto tem um, e somente um, ponto de interesse dominante, o observador entende rapidamente a foto.
O tema específico, idéia ou assunto a ser fotografado deve ser analisado na mente do fotógrafo quando se prepara para tirar a foto. O centro de interesse pode ser um simples objeto ou vários arranjados de tal forma que a atenção seja dirigida para uma definida área da imagem.


Foto: Luiz Vasconcelos - Manaus-2008- Prêmio World Press Photo
Na zona rural de Manaus, polícia de choque desocupa propriedade

 privada invadida por índios. O centro de interesse da foto está bem 

evidente na índia enfrentando os policiais.

É importante haver uma relação (associação) entre o centro de interesse e outras áreas da imagem para se passar uma mensagem ou informação do fato com mais precisão. Como no exemplo da foto acima: se a mulher tivesse sido fotografada isolada não teria tanta força de informação.
Em algumas situações o centro de interesse pode, através do detalhe, no primeiro plano, preencher todo o enquadramento da câmera valorizando-o e
causando um impacto visual bem maior.


Foto: Celso Luiz - Santo André – Agosto/2009: Foto que ilustrou matéria de
 capa do jornal Diário do Grande ABC no dia em que entrou em vigor a lei 
anti fumo em locais públicos. O centro de interesse da imagem em close 
no primeiro plano. O segundo plano, mesmo desfocado, está associado com o 
centro de interesse e passa a informação do local (público) onde foi feita a foto.

A simplicidade da imagem:
A velha expressão: menos e mais, cabe bem aqui. O fotógrafo tem que estar atento a todos os elementos que fazem parte de uma cena, evitando aqueles que poderiam interferir ou distrair a atenção do assunto principal.
Simplicidade é a condição primordial que denota beleza, limpidez e clareza da imagem.
Portanto, você pode simplificar suas fotos e reforçar o centro de interesse selecionando fundos simples, evitando assuntos não-relacionados com o assunto principal e chegando mais perto. Se você quer fazer o centro de interesse um pouco mais dinâmico, desloque-o ligeiramente fora do centro.


Foto: Peter Parks - violência étnica na China - 2009

Fotografe a ação:
Uma das características do fotojornalismo é mostrar ação nos fatos que estão sendo fotografados. Deve haver um elemento de ação ou movimento em cada foto: alguma coisa deve estar acontecendo.


Foto: Reinhard Krause - Palestina - 2004

Fotografe pessoas:
Fotojornalismo é uma documentação visual clara e objetiva do que está ocorrendo ao nosso redor. Nada ilustra melhor esse fato do que pessoas fazendo as coisas que elas fazem. O fotógrafo deve ter a habilidade de entender as pessoas e o talento para retratar suas personalidades e emoções. Essencialmente são as pessoas, seus medos, decepções e triunfos que fazem boas fotos.

Foto: Phil Noble - Fátima - 2009

Fotografe a emoção:
Emoção é um ingrediente de essencial importância ao fotografar. O observador (leitor) está mais suscetível para absorver imagens quando elementos emocionais são introduzidos em seu conteúdo. Uma fotografia que tenha emoção em seu conteúdo quer seja alegria, tristeza, etc., maximiza seu impacto, chama mais a atenção e causa uma forte reação no observador.
Dominar toda a técnica de fotografia como, obturador, diafragma, enquadramento, etc. fará com que o fotógrafo realize uma boa fotografia do “momento”, mas inexpressiva em seu conteúdo se ele não tiver a habilidade de observar, entender e capturar a emoção dos outros.
“Fotografe com o coração”, é a recomendação dos grandes mestres do fotojornalismo aos iniciantes nessa profissão.

Bill Kostroun - US Open - NY - 2004






domingo, julho 04, 2010

FOTOGRAFIA DE MODA: PLANEJAMENTO

CUSTOS FOTOGRAFIA

Os custos na fotografia de moda variam em função de uma série de características e incluem cachês de profissionais imprescindíveis:
- fotógrafo: considera-se seu conceito no mercado, sua experiência, seu nível criativo e técnico, sua responsabilidade sobre a coordenação e realização da foto, além do grau de dificuldade específica de cada trabalho.
Esse valor, normalmente, é traduzido em diárias, que podem ser variáveis: fotos no estúdio, externas, etc.
- produtor de moda (stylist): o que influencia no cachê é o número de fotos (e roupas) e a dificuldades na elaboração das fotos: cenários, objetos de cena, acessórios, etc.
- hair stylist: especialista na área de fotografia, cuida do cabelo e maquiagem das modelos, contratado por diária.
- modelo: o cachê varia conforme a mídia e tempo de veiculação, assim como o tipo de modelo: menor custo para as principiantes “new face” e maior para as top e celebridades.
Basicamente são esses quatro profissionais necessários para fotos de moda, sendo que os três primeiros trabalham com seus assistentes. Independente desses profissionais pode existir outros custos como produção, transporte, estadia, refeições, etc.

LOCAÇÃO
A partir de um briefing de criação e orçamentos aprovados podem-se traçar diretrizes quanto à locação das fotos.
Locação Externa
Este tipo de locação pode ser desde um lugar na própria cidade onde se encontra toda a equipe, como qualquer outro no mundo. É claro que quanto mais distante, maior o custo (estadia, refeições, transporte, etc.) É sempre uma responsabilidade maior de quem coordena tudo para que não haja imprevistos ou falta de algum item na hora da elaboração das fotos. Nem toda locação é perto de tudo, e nem sempre se tem o sol para ajudar nas externas.
O produtor deve fazer uma averiguação com antecedência para saber se há necessidade de autorização ou pagamento de alguma taxa para se fotografar em alguns lugares públicos. Sem dúvida que em lugares privados tem que ter uma autorização prévia.
Nas locações externas não tem as mesmas condições de um estúdio no que se refere à privacidade, segurança e conforto, portanto medidas devem ser tomadas para garantir esses itens principalmente quando houver a troca de roupas.
Foto: Mert Alas-Marcus Piggott. Foto externa para a grife Gucci.
Locação Estúdio
As vantagens de se fotografar em estúdio, alem do conforto e infra-estrutura (cozinha, camarim, banheiros) é o controle da iluminação da foto. O fotógrafo pode criar qualquer tipo de efeito ou condição de luz que em foto externa não seria possível.
Foto de moda em estúdio pode ser aquela em um simples fundo infinito, como fazer uso de cenários ou objetos de cena. Podem-se criar situações reais ou estilizadas.
Foto: Patrick Demarchelier
Nas principais cidades existem estúdios para locação com ou sem equipamentos cobrados pelo valor hora de uso. Alem dos estúdios tem empresas que alugam todo tipo e potência de iluminação pelo valor de diária.
O site= http://www.kubiktoto.de permite você entrar em um estúdio profissional de moda, através de animação em 3d.

PRODUÇÃO DE MODA
"Um produtor de moda tem de entender de tudo um pouco - cinema, arte, música, tendências, maquiagem - e, principalmente, ter uma completa agenda de prestação de serviços, pois ele é a figura central que costura o trabalho de todos os profissionais e serve de ponte para os que trabalham na equipe. É ele quem sabe qual o melhor cabeleireiro, entende o funcionamento das agências de modelos, faz o casting e providencia transporte e alimentação para todos." diz a produtora Andrea Stoppe.
“O produtor de moda é o profissional que busca elementos, modelos, roupas e acessórios, para a realização da fotografia, filmes, desfiles visando alcançar o ideal de beleza pré-estabelecido por uma pauta específica. Seu papel cruza-se com o dos produtores executivos de objetos, mas na maioria das vezes ambas as funções são feitas pelo produtor de moda”, relata Edyr Moraes, professor do curso livre de produção de moda no SENAC.
A produção de objetos pode ser qualquer peça decorativa, ou efeito que transmita uma idéia, quer esteja inserida no cenário ou na modelo.
"Para produzir junto com um fotógrafo o produtor tem de ter noções básicas de foto - P&B e colorida. O produtor cuida de todo visual da modelo (roupas, acessórios, maquiagem) e tudo que faça parte do contexto fotográfico, deixando tudo pronto para que o fotógrafo possa agir."
Para conseguir todos os objetos e acessórios para as fotos, o produtor, através de consulta em sua agenda, entra em contato com os fornecedores que mediante uma porcentagem de (normalmente) 10% do valor da peça ou produto, faz o empréstimo. Quando se trata de um fornecedor antigo e de recíproca confiança não existe essa taxa. O mais usual é, por questões de garantia, que o fornecedor solicite um cheque caução no valor do produto que é devolvido no retorno do produto ou peça. É claro que o produtor terá despesas já previstas e inclusas no orçamento da produção das fotos como alimentação da equipe, transporte, contratação de alguns serviços ou mesmo a aquisição de objetos de cena, um exemplo: flores. Às vezes, algumas coisas que podem fazer parte da produção, serem obtidas no acervo pessoal do produtor.
É de costume que, quando os acessórios (bolsa, sapato, óculos, bijoux, etc.) são usados em matéria editorial, deve-se dar o crédito aos fornecedores.
Para se evitar problemas de última hora, é importante que o produtor saiba o número de manequim e sapato da modelo. Melhor seria marcar um dia para se fazer a “prova” das roupas.
A pós produção é um fator básico para que a relação do profissional com as empresas que o apoiaram continue a vigorar em harmonia. Tudo que foi pego emprestado deve ser devolvido em perfeito estado e o mais rápido possível.
Notas, comprovantes de gastos devem ser agrupados para serem entregues a quem o contratou.
O Senac de São Paulo fornece um bom curso de produção de moda. Ver site do Senac

CASTING
É a seleção e escolha de modelos que serão fotografadas.
Quando fizer a seleção de modelos para uma determinada campanha, dê preferência por profissionais ou modelos agenciadas. Há sempre aquela sugestão de algum amigo que diz “conheço uma garota linda...” Uma escolha como essa costuma dar problemas na posterior sessão de fotos quando a suposta modelo demonstra ser inexperiente e inexpressiva, fazendo com que o tempo gasto na elaboração das fotos seja muito maior do que o esperado e com um resultado final mediano.
As modelos de agências, mesmo as principiantes (new faces), fizeram curso na área, e já estiveram frente a uma câmera pelo menos quando realizou o seu book. As agências de modelo, reconhecidas no mercado de moda, estabelecem critérios de seleção e fornecem assessoria para essas profissionais para evitarem problemas com os clientes.
Existem vários tipos de agências no mercado: eventos e feiras; infantil; tipos e atores.
A seguir, o passo a passo na escolha de modelos:
Primeiro passo:
- definir o número de modelos, assim como o tipo físico (loira, morena, etc.) Quando se trata de um grande número de roupas, é recomendável que seja contratada no mínimo duas modelos para agilizar o trabalho do fotógrafo: enquanto uma é fotografada, a outra está sendo produzida.
- no momento do casting já deve estar estabelecida a verba, a partir daí, escolher a agência e a classificação da modelo: agências como a Mega dispõe de celebridades, top e new faces. Existe no mercado uma tabela de preços para agências de modelo, mas na contratação pode haver uma negociação de valores.
- No primeiro contato com a agência as informações abaixo deverão ser passadas. Esses itens determinarão o cachê de modelos:
a) as fotos serão utilizadas na propaganda em mídia regional, nacional ou mundial?
b) em quais peças as fotos serão utilizadas?
c) por quanto tempo?
d) tipo de campanha?
Segundo Passo:
A escolha dos modelos poderá ser feita através do site, composite ou book, com aconselhamento do booker (responsável pelo agenciamento da modelo). Se houver necessidade ou dúvidas, solicite à agência um casting ao vivo com as modelos pré-selecionadas.
                                                                                 Composite da agência Totem (frente)
                                                       Composite da agência Totem (verso)


Terceiro Passo:
Definindo qual (ou quais) modelos serão usadas deve-se confirmar com a agência informações como: número do manequim, número dos sapatos, etc.
Pode-se agendar um dia para prova das roupas.
O produtor de moda ou fotógrafo deverá, ao término do trabalho, solicitar o preenchimento e assinatura do termo “Autorização para uso da imagem”.
Sites melhores agências de modelos:
http://www.megamodelsbrasil.com.br/
http://www.fordmodels.com.br/

MODALIDADES DE FOTOGRAFIA DE MODA
Na fotografia de moda a produção e a forma de se fotografar estão associadas ao uso final das fotos. Existem basicamente dois tipos: editorial e catálogo.
Editorial: Usadas para ilustrar matérias em revistas. As fotos para esta finalidade estão associadas a um tema ou conceito. As modelos aparecem em poses mais arrojadas e descontraídas. Não existe muita preocupação em se mostrar a roupa por inteiro nos seus detalhes. Há uma liberdade maior para o fotógrafo na criação das fotos com enquadramentos e cortes inusitados.

Foto editorial: Steven Meisel 
Catálogo: Quando se trata da elaboração de um catálogo de uma coleção, quer seja impresso ou para um site, o estilo das fotos (e pose das modelos) é mais “comportado” e a preocupação do fotógrafo é mais técnica tanto na iluminação como no uso dos recursos da câmera. As fotos devem mostrar a roupa por inteiro com seus detalhes de corte e acabamento e a fidelidade nas cores dos tecidos
>Foto para catálogo da Gap
  FOTOGRAFANDO NO ESTÚDIO
Quando for agendado o dia para a execução de fotos em estúdio, a equipe, composta por fotógrafo, produtor, assistentes, hair-stylist e modelos, deverá estar presente na hora marcada e todos os itens que fazem parte das fotos:
- cenário e objetos de cena (caso houver)
- fundo infinito pintado na cor determinada em briefing
- produção
- roupas
- equipamento fotográfico
- iluminação

EQUIPAMENTO FOTOGRÁFICO
A partir do briefing ou lay out, o fotógrafo consegue determinar qual equipamento será necessário em termos de câmera e iluminação.
Câmera e acessórios:
  • Pela versatilidade de uso, as câmeras digitais com boa resolução final em MP, são as ideais, apesar de que alguns fotógrafos ainda usam câmeras de médio formato em 6 x 7 cm com filme cromo ou back digital.
  • As objetivas ideais para fotografia de moda são as teles 135 mm, 200 mm, etc.), ou zoom 80-200,que não causam distorções na modelo, havendo mais possibilidade de se desfocar o fundo.
  •  Em algumas situações quando é uma exigência no briefing, usa-se a objetiva grande angular (24 mm, 35 mm) dando uma amplitude maior no assunto fotografado e ao mesmo tempo em que causa uma distorção na modelo em primeiro plano.
  • Alguns fotógrafos fazem uso do tripé para suporte da câmera para obter mais precisão no enquadramento e foco, outros fotografam com a câmera na mão que da mais versatilidade na execução das fotos.
  • É importante conferir no menu da câmera digital as configurações em relação ao valor ISO (de preferência 100 ou 200) e um tipo de arquivo para uma boa resolução da imagem. Posicionar a câmera no módulo manual “M” onde o fotógrafo determina o valor correto do diafragma.
  • Deve-se conferir a quantidade de filmes existentes, quando se trata de câmera analógica, pois em fotografia de moda tiram-se várias poses da mesma roupa para se ter opões de escolha. Caso o trabalho seja feito em digital, ver o número de cartões (quanto mais GB, melhor) disponíveis e, se possível, que haja um computador no estúdio para se ir descarregando as imagens.
Iluminação de Estúdio:
Quando houver especificações no briefing quanto ao tipo e qualidade da luz o fotógrafo deverá montar a iluminação desejada podendo ser uma luz dura ou suave, com filtros de cor, etc.
Em muitos casos fica a critério do fotógrafo definir o tipo de iluminação. A iluminação básica com três pontos (fontes) de luz é sempre uma boa opção para quem está começando:
- luz principal: É a fonte de luz com mais intensidade e que irá determinar a qualidade da fotografia. É a luz que está mais próxima da modelo ou de maior potência. Quanto mais próxima estiver esta luz, maior será o valor de diafragma e maior a profundidade de campo ou campo focal.
- luz de enchimento: É a segunda luz a ser posicionada. Ela deve ter a metade da potência da luz principal e vai suavizar e fornecer detalhes nas sombras.
- contra luz: É posicionada por trás da modelo, destacando o primeiro plano em relação ao fundo, ou direcionada ao fundo.
OBS: No dia marcado para as fotos, toda iluminação deverá estar montada nos tripés, com os hazes ou acessórios necessários.
Colocar o valor ISO no fotômetro/flashmeter de acordo com o que se está usando na câmera.

FOTOGRAFANDO...
Antes de dar início às fotos o fotógrafo define com a modelo qual a proposta e tema do trabalho para que ela possa se expressar melhor nas poses.
Com a modelo produzida, da-se o início da sessão de fotos:
1 - posicionar a modelo no fundo, a partir daí, dispor todos os pontos de luz no ângulo e altura corretos. Analisar sempre a incidência da luz na modelo (e na roupa), valorizando as formas, texturas e cor. Tomar cuidado com as sombras indesejáveis.
2 - medir a luz com o fotômetro, ou flashmeter quando a iluminação for de flash. A medição ocorre em vários pontos da imagem e ir conferindo a relação entre elas, portanto o ideal é medir cada uma das luzes em separado para saber a intensidade delas, em seguida medir todas juntas posicionando o fotômetro na frente da modelo. Exemplo: iluminação básica com três pontos de luz:
a) Luz principal: Digamos que o diafragma estabelecido pelo fotômetro foi 16.
b) Luz de enchimento: O diafragma deverá ser 11.
c) Contra luz: A intensidade desta luz tem que ser maior que todas as outras. O diafragma deverá 
    ser 22.
Fazer vários testes e analisar as fotos no back da câmera digital ou em um laptop.
Definido o valor do diafragma e colocado o mesmo valor na câmera, fazer uma ligeira marcação no piso exatamente onde a modelo deve ficar. Qualquer movimento que a modelo faça em relação ao local onde foi medida a luz pode dar diferença na intensidade da mesma.
3 – Cabo de sincronismo: Iluminação em estúdio com flash profissional, exige o uso do cabo de sincronismo entre a câmera e o flash. Fazer essa conexão antes do início das fotos. As câmeras possuem um valor de velocidade do obturador que irá determinar esse sincronismo, normalmente esse número (ou valor) está assinalado em vermelho (no caso das câmeras analógicas).
4 – Ângulo de tomada: é a posição da câmera em relação ao assunto. Com a câmera sobre tripé ou nas mãos, procurar o melhor ângulo de tomada, evitando aparecer às luzes ou tripés na foto. É freqüente em fotografia de moda usar um ângulo frontal em relação à modelo. Nada impede o uso da câmera de baixo para cima ou vice-versa, mas conferir sempre o briefing antes de fazer a escolha.
5 – Direção da modelo: quando a modelo é profissional e está consciente da proposta do trabalho, fica mais fácil para o fotógrafo dirigir a modelo em suas poses solicitando pequenos ajustes na expressão da mesma.
6 – Enquadramento: É o que se vê através do visor da câmera que pode ser vertical ou horizontal. Com as objetivas zoom fica bem fácil efetuar o enquadramento. O fotógrafo amador tem o hábito de fotografar com a câmera na posição horizontal, mas no caso de fotos com uma única modelo, fica melhor usar o enquadramento vertical para se ter um aproveitamento melhor do espaço da foto. Ficar atento onde a foto será usada e o espaço que ela irá ocupar para não fugir das proporções, por exemplo, um out-door pede um enquadramento horizontal.
7 - Focalizar: Claro que a focalização tem que ser no centro de interesse da foto: a modelo. O ideal e usar o foco no automático “AF”
8 – Segurar a câmera com firmeza... e fotografar.






sexta-feira, julho 02, 2010

ILUMINAÇÃO DE ESTÚDIO

LUZ
 Basicamente o fotógrafo trabalha com dois tipos de luz: luz natural (luz do sol) e luz artificial.

Luz Natural
Há variações na luz solar no decorrer do dia que podem alterar o assunto a ser fotografado, quer seja no contraste, (a linha de passagem entre luz e sombra é brusca bem nítida) como na cor. Uma dessas variações é relacionada á intensidade da luz, ou seja, se o sol não estiver coberto por nuvens, a luz terá característica “dura”. Mas se forem em um dia encoberto terá uma característica “difusa”, ou seja, as sombras não são pronunciadas.
No decorrer do dia existem variações na cor de um determinado assunto a ser fotografado. Um assunto fotografado ao meio dia terá uma pequena alteração na cor para o azul, ao nascer e por do sol a tendência da cor será para o amarelo e vermelho.

Luz natural e fotografia de moda
A posição do sol também altera as formas e texturas dos objetos.
Por exemplo, se um fotógrafo estiver fazendo fotos de moda com uma modelo com sol à pino e uma luz dura, vai causar sombras intensas e indesejáveis embaixo dos olhos, queixo e pescoço. Em situações como esta, deverá usar rebatedores brancos ou um flash para suavizar as sombras. A maioria dos fotógrafos de moda prefere fotografar no período da manhã (até 10 horas) ou à tarde após as 14 horas. Também existe a possibilidade de um sol encoberto por nuvens brancas que fornece uma luz difusa com sombras suaves, outra alternativa é posicionar a modelo em uma área sombreada.
Foto realizada ao meio dia com rebatedor do lado direito da modelo
PRÁTICA DE ILUMINAÇÃO
Vimos que a luz do sol pode propiciar dois tipos de iluminação: a luz “dura” com o céu aberto e a luz difusa ou suave com o céu encoberto por nuvens.
No estúdio podemos criar as mesmas condições usando de certos recursos:
- Luz dura:
Produz sombra dura com forte contraste.
- Luz difusa:
Produz sombras suaves, tem menos contrastes. Consegue-se este tipo de iluminação com hazy light onde a luz passa por tecidos brancos dando essa difusão da luz. Existe também um tipo de sombrinha chamada difusora que fornece esse tipo de iluminação. A luz difusa é a mais usada na fotografia publicitária.

Direção da Luz
- Luz lateral:
Ressalta o volume e a profundidade dos objetos e destaca a textura. Da um bom impacto visual no objeto fotografado mas, com as áreas de sombras que podem ocultar certos detalhes

Luz Artificial
Qualquer luz que não seja do sol: luz incandescente, luz de flash, etc.

Iluminação de estúdio
A vantagem em se fotografar no estúdio é ter um controle sobre o tipo de luz usado, o seu direcionamento e qualidade da luz.
No estúdio existem dois tipos de iluminação:
- luz continua (luz Fresnel)
- luz flash

Luz Fresnel
É um tipo de luz, normalmente incandescente, usado em iluminação de teatro, cinema e tv. Sua característica principal e concentrar o foco de luz através da lente fresnel e não há perda de luz pelos cantos, ou seja, há um controle maior de sua incidência sobre o assunto fotografado quer seja pelo tamanho do facho como pelo uso dos acessórios (barndoors, difusores, etc).

Luz Flash
É um tipo de luz semelhante á luz do dia e o que o caracteriza é o “relâmpago” que permite “congelar” certos objetos em movimento. É uma luz chamada “fria” e ideal para fotografar alimentos.
Existem dois sistemas no mercado: com gerador e compactos.
O sistema com gerador é um aparelho de grande potência que permite a ligação de várias unidades (tochas) no mesmo gerador. Os controles de seleção de potência de luz e testes são efetuados diretamente no gerador, existindo apenas um cabo de ligação até a tocha.
Os flashes de estúdio compacto contem no seu próprio corpo a fonte geradora individual. Esse tipo de sistema permite-nos trabalhar com tochas relativamente pequenas com de grande potencia e disparar varias unidades ao mesmo tempo através de foto células.
Podemos encontrar flashes compactos de 200, 400 e 800 watts, sendo peças leves e fáceis de manipular, com uma série de acessórios que os tornam altamente versáteis, possuem também uma luz chamada “modeladora” que permite se ter uma idéia de como ficará a iluminação.

OBS: Em um estúdio profissional quando o fotógrafo se refere ao flash ele pode chamá-lo de “tocha”, “cabeça”, “ponto de luz” ou “fonte de luz”. Todas as expressões se referem à mesma coisa: o flash.

Acessórios para o flash
- Sombrinhas:
Refletoras: Refletem a luz, com superfície metalizada (dourada e prateada).
Difusoras: transmitem uma luz difusa que caracteriza a iluminação suave (soft).
- Refletores:
Permitem controlar o campo de abrangência da luz do flash. Existem vários tipos com diâmetros diferentes.
- Haze light:
O haze Light é uma caixa difusora de luz feita em um tecido leve e preto nas laterais com tecidos difusores em seu interior o que promove uma luz suave e difusa.
Esse tipo de acessório serve para fotografar qualquer assunto principalmente objetos com superfície brilhante ou espelhada.
haze light
- Snoot:
Muito usado para a chamada “luz de cabelo” quando é posicionado por cima e atrás da pessoa fotografada.
É um tipo de refletor com um diâmetro reduzido, colocado na frente do flash, da um foco de luz duro e concentrado.
- Rebatedores:
Existem no mercado vários tipos de rebatedores portáteis com superfícies prateadas, douradas e brancas para fotografar qualquer assunto de tamanho pequeno, mas o rebatedor pode ser qualquer dispositivo ou material de superfície branca que reflita a luz: de uma pequena placa de isopor ou cartolina até um painel de madeira gigante, pintado de branco.

Flashmeter
As câmeras fotográficas dispõem de um dispositivo interno chamado fotômetro que serve para medir a luz contínua (luz do sol, incandescente). Os fotógrafos profissionais usam o fotômetro manual, com maior precisão, permitindo medir a luz em vários pontos do assunto fotografado.
Esse mesmo aparelho que mede a luz contínua mede também, através do flashmeter, a luz (relâmpago) do flash e fornece o diafragma correto a ser usado.
É importante colocar no fotômetro/flashmeter o valor ISO tanto para as câmeras analógicas (com filme) quanto para as digitais.
Foto acima foi feita com uma única fonte de luz lateral e rasante e um rebatedor branco do lado esquerdo, valorizando muito a textura.
- Luz frontal: Reproduz a maior quantidade de detalhes só que anula a textura e achata o volume da foto.
- Luz de cima:
Ilumina a parte superior dos objetos e suaviza as sombras projetadas de outras fontes de luz.
- Contra luz:
É a luz que vem por trás do assunto. Destaca o assunto em relação ao fundo e sua intensidade é sempre maior em relação às outras luzes.

Na fotografia publicitária pode-se usar uma única fonte de luz com uma direção determinada ou fazer uso de várias fontes com diversas direções em uma única foto.

Iluminação básica de estúdio
Em qualquer situação a ser fotografada usa-se varias luzes para iluminar um objeto adequadamente. Há algumas regras e seqüência para o posicionamento das luzes. Existe um tipo de arranjo das fontes de luzes chamado de iluminação básica que permite fotografar qualquer tipo de produto ou pessoa com um bom resultado. Ela consiste no posicionamento de três fontes de luzes:

- Luz principal:
É a fonte de luz mais forte que irá determinar a qualidade da fotografia. O posicionamento, altura e direção da luz serão definidos pelo tipo de objeto fotografado. A luz principal é a luz que estará mais próxima do assunto.
- Luz de enchimento:
É a segunda luz a ser posicionada: ela deve ter a metade da potência da luz principal e vai suavizar e fornecer detalhes nas sombras.
Ela nunca pode estar tão próxima ou mais forte do que a luz principal para evitar sombras duplas.
- Contra luz: É posicionada por trás do objeto, destacando o primeiro plano em relação ao fundo, ou direcionada ao fundo. Dentre as três luzes é a que tem intensidade maior.
Produto fotografado usando iluminação básica: três fontes de luz

Iluminação still
A iluminação para fotografia still ou de produto também pode servir para qualquer outro tipo de assunto inclusive moda.
Ao receber um lay out ou briefing para uma determinada foto, analisa-se o assunto que vai ser fotografado e planejar iluminação adequada.
Quantas fontes de luz são necessárias? Qual será a direção, altura e distância das fontes de luz? Luz dura ou suave?
O primeiro passo é verificar qual o tipo de superfície do produto e os itens que fazem parte da produção. Basicamente encontramos três tipos de superfícies nos objetos ou produtos que irão determinar o tipo de iluminação da foto:  

1 – Objetos opacos ou com textura:
A maioria dos produtos está dentro desta característica e há mais liberdade para o posicionamento das luzes. A iluminação básica de estúdio mencionada anteriormente é ideal para esse tipo de objetos.

2 - Objetos translúcidos:
Objetos translúcidos como vidros e cristais devem ser iluminados por trás, na contra luz. Não é muito recomendado usar uma luz direta, mas uma luz rebatida e difusa. Um recurso que da um bom resultado é usar um fundo de acrílico branco com luz por trás.
A iluminação frontal e dura pode ocasionar reflexos indesejáveis.

Produto translúcido fotografado com contra luz (luz principal) e uma luz na frente do produto para iluminar o rótulo.

3 – Objetos polidos:
Fotografar objetos brilhantes, que possuem uma superfície reluzente de metal é como fotografar um espelho. Há objetos que refletem 360º do que está ao redor, incluindo o fotógrafo.
O fotógrafo tem que fazer uso de rebatedores ou usar uma tenda com material translúcido (papel vegetal, acrílico) e posicionar a iluminação do lado de fora desta tenda, assim consegue-se uma luz difusa.

O segredo de uma boa iluminação é saber posicionar as luzes na altura e direção correta e, principalmente, manter a distância e potências variáveis em relação ao produto para que cada uma delas não tire o efeito da outra, mas complemente a iluminação como um todo.
É imprescindível o uso do fotômetro para medir a luz e saber qual a intensidade de cada uma e ir aproximando ou recuando as luzes até que haja um equilíbrio entre elas. Lembrando que a luz principal estará mais próxima do produto e as luzes de enchimento, assim como outras luzes que forem usadas, estarão mais distantes em relação à luz principal e com menos intensidade.